Búzios e patuás na mão? Pedindo as bençãos aos nosso orixás, vamos dar a melhor combinação de palpites com bom-humor para aliviar a TPC. Errar ou acertar? A gente nunca sabe como prever, mas a torcida é que a Série A mostre sua garra mais uma vez.
O grupo enfrenta mais dificuldades do que nunca, sem apoio da prefeitura e com um orçamento curtíssimo para colocar o carnaval na rua. Os barracões são precários, mas a aposta é em novos talentos: quase metade do grupo aposta em nomes que irão estrear como carnavalescos este ano, logo, a vibe é de renovação.
Quem sobe? E quem desce? E o grupo da meíuca? Vem com a gente descobrir
1- Acadêmicos de Vigário Geral – “O Conto do Vigário”
No geral: Não é conto do vigário! A novata agremiação da Zona Norte carioca furou o bolão de todo mundo e faturou a Série B ano passado. Depois do feito, estreia com louvor na Série A e parece apostar num carnaval crítico e bem-humorado. Apesar do mesmo título que o enredo da São Clemente, as narrativas são completamente diferentes.
Pontos extras: A escola escolheu um samba vibrante para sua estreia no grupo. Com divertidas sacadas, a obra musical conta bem o enredo e tem momentos de explosão que podem fazer a Sapucaí começar a sexta-feira animada.
Perdeu décimos: É a escola que subiu. Só copiar o texto dos últimos anos: as mesmas dificuldades de sempre. O agravante é que esse ano foi ainda mais puxado para o grupo… Então, a Vigário terá que lutar para apresentar uma plástica digna na Avenida para se firmar.
De 1 a 3 escolas que subiram e ficaram, o quanto a Vigário Geral chegou pra ficar:
2- Acadêmicos da Rocinha – “A guerreira negra que dominou dois mundos”
No geral: Vou incorporar! A macumba na Série A está garantida como sempre! Felizmente! Depois de desfiles problemáticos, a Borboleta Encantada foi buscar reforço nas áreas tijucanas. Com bons serviços prestados ao Borel, Marcus Paulo assina seu primeiro desfile solo.
Pontos extras: Com um belo enredo sobre Maria Conga (heroína africana escravizada no Brasil e depois alçada a categoria de entidade da Umbanda), a tricolor tem um samba para lá de valente com assinatura de Cláudio Russo e cia. A obra (acreditem!) foi composta em três dias, e ainda sim é uma das melhores do grupo.
Perdeu décimos: Problemas de barracão têm sido o grande calcanhar de aquiles da escola da Zona Sul. Fantasias incompletas e alegorias com problemas de acabamentos foram recorrentes nos dois últimos anos. A torcida é para que Marcus Paulo consiga resolver esse problema.
De 1 a 5 Itos Melodias, o quanto vamos todos incorporar e cair na gira com a Rocinha:
3- Unidos da Ponte – “Elos da eternidade”
No geral: Eternizou na Série A? A Ponte chegou batendo no peito com a reedição de Oferendas, fazendo um ótimo desfile. A escola meritiense garantiu com folga sua permanência na Série A por mais um ano. O que teremos para esse carnaval?
Pontos extras: Para comandar os trabalhos no barracão, a escola trouxe de volta o novato carnavalesco Lucas Milato. O jovem, que assinou o título da escola na Série B, desenvolve o enredo sobre a eternidade. Além disso, outros bons quesitos da escola foram a comissão de frente e o casal de mestre-sala e porta-bandeira, que devem apresentar segurança à escola.
Perdeu décimos: Se ano passado a azul e branco animou a Sapucaí com um samba que estava na ponta de língua de qualquer sambista, o mesmo trunfo não acontece esse ano. Apesar de contar bem o enredo, a obra musical pode não ajudar na busca por voos mais altos.
De 1 a 3 pontes para mostrar que a escola não quer pegar o caminho de volta para a Intendente:
4- Porto da Pedra – “O que é que a baiana tem? Do Bonfim à Sapucaí”
No geral: Terceiro lugar garantido? A Porto da Pedra é uma das escolas mais estáveis do grupo. Apresentando sempre desfiles competentes, ela chega de mansinho na apuração e quando vê, ocupa o terceiro lugar. Mas não passa daí. O que será que falta para o título da vermelho e branco?
Pontos extras: Depois do excelente casamento com Jaime Cezário, o Tigre aposta na novidade. A carnavalesca Annik Salmon assina seu primeiro carnaval solo, trazendo um enredo sobre as baianas. Nada mais justo do que uma mulher trazendo a essência do carnaval para a Sapucaí. Novidade mais que bem-vinda!
Perdeu décimos: Sempre fazendo seu dever de casa, o Tigre segue com um time competente: boa comissão de frente, bateria competente e enredo e samba que dão liga. Os quesitos que não faturaram dez ano passado foram o casal de mestre-sala e porta-bandeira polêmica e evolução.
De 1 a 3 baianas tradicionais, quanto a Porto da Pedra pode sonhar com o top-3 da Série A esse ano:
5- Acadêmicos do Cubango – “A voz da liberdade’
No geral: Eita escolona, hein? Vice-campeã no ano passado, a Acadêmicos do Cubango deve pisar forte mais uma vez na Sapucaí. O enredão e o sambão já estão garantidos para animar a Sapucaí.
Pontos extras: Depois de revelar os atuais carnavalescos da Grande Rio, a Cubango trocou a dupla Boraddad (Leonardo Bora e Gabriel Haddad) por Torrangel (Raphael Torres e Alexandre Rangel). A jovem dupla que já fazia bonito na Renascer não deve deixar o nível cair, trazendo um enredo identificadíssimo com a escola niteroiense, sobre Luis Gama.
Perdeu décimos: A comissão de frente foi um dos quesitos que tirou o sonhado título da verde e branco no carnava passado. Para esse ano, a promessa é a chegada do premiado coreógrafo Patrick Carvalho. Agora vai, Cubango!
De a 1 a 3 abolicionistas, quanto a Cubango pode brigar pela vaga no Grupo Especial:
6- Renascer de Jacarepaguá – “Eu que te benzo, Deus que te cura”
No geral: Tá subindo, Renascer! Nos últimos três anos, a vermelho e branco tem garantido posições cada vez melhores na classificação geral. Logo, a expectativa desse ano é não deixar cair! Literalmente.
Pontos extras: Vamos de sambão mais um ano! Desde 2014, a obra musical da escola foi encomendada e garantiu o bom nível. Para 2020 não é diferente. O enredo também manteve o nível cultural: uma bela homenagem às rezadeiras.
Perdeu décimos: Esfriou? Apesar das obras sempre elogiadas, a falta de harmonia da escola é um recorrente problema da Renascer. Ano passado o jogo virou na simpática apresentação sobre Iemanjá. Como será em 2020?
De 1 a 4 objetos pra reza, quanto a Renascer deve brigar no pelotão de cima:
7- Império Serrano – “Lugar de mulher é onde ela quiser”
No geral: Estamos de volta! Depois de uma temporada maior do que o esperado no Especial (obrigado, virada de mesa), o Reizinho está de volta à Série A. A novidade é que, diferentemente dos péssimos enredos que apresentou na elite, a escola aposta num bom enredo para esse ano: homenagear as matriarcas imperianas.
Pontos extras: É “nove títulos” que fala, né? Uma das maiores campeãs do carnaval, o Império sempre tem sua tradição ao seu favor. Nada como uma comunidade que abraça a escola. Além disso, conta com a elogiadíssima chegada do mestre-sala Matheus Machado, neto do compositor Aluísio Machado, para fazer dupla com Verônica Lima.
Perdeu décimos: A grande questão do Império é como Junior Pernambucano se virará nos 30 no barracão. Como é recorrente lá por Madureira, parece que a grana segue escassa. E para além da crise financeira, a escola não tem uma obra de grande nível como em outros anos no Acesso, sendo apenas regular.
De a 1 a 3 mulheres imperianas, o quanto o Império volta a brilhar com louvor na Série A:
1- Acadêmicos do Sossego – “Os tambores de Olokun”
No geral: Balança mas não cai? Desde 2017, quando chegou no grupo, a Sossego está tentando se estabilizar. Depois dos desfiles irregulares, a expectativa é que a azul e branco consiga sossegar no grupo.
Pontos extras: Samba foi o que não faltou para a escola nos últimos anos. E para esse carnaval não será diferente: um excelente samba deve ser cantado pelo povo de Niterói.
Perdeu décimos: A plástica tem sido o principal calcanhar de aquiles da agremiação. E pré-carnaval foi nada sossegado nesse quesito. A escola começou o trabalho com Marco Antonio Falleiros, depois mudou de carnavalesco em janeiro e agora há poucos dias da festa anunciou a dupla Rodrigo Marques e Guilherme Diniz para comandar os trabalhos no barracão… Haja mudança!
De 1 a 5 escolas de Niterói, o quando a Sossego também quer brilhar igual as co-irmãs:
2- Inocentes de Belford Roxo – “Marta do Brasil – Chorar no começo para sorrir no fim”
No geral: Tradicional hora do lanche, a Inocentes resolveu apostar no carisma da nossa Rainha do Futebol para 2020. Sempre apresentando desfiles medianos, a escola da Baixada quer tentar virar o jogo cantando.
Pontos extras: O sempre competente Jorge Caribé largou os enredos afro e nesse ano aposta numa temática nova. O samba é uma boa É A MARTA, É A DEUSA farofa, que pode fazer a arquibancada vibrar:
Perdeu décimos: Os dribles que a Inocentes precisa dar não são muito diferentes do que a média das co-irmãs. Falta à Inocentes um pouco mais garantir os quesitos de pista e surpreender a Sapucaí. Será Marta e Jorge Caribé as peças que faltavam à escola?
De a 1 a 3 Martas recebendo a Bola de Ouro da FIFA, o quanto a Inocentes pode empolgar e subir na tabela:
3- Unidos de Bangu – “Memórias de um Griô: a diáspora africana numa idade nada moderna e muito menos contemporânea”
No geral: Será que a batata assou em 2019? Depois de apostar em alguns bonecões, tal qual a Mãe Natureza, para se garantir no grupo por mais um ano, vamos ao bom e velho enredo afro para se firmar de vez na Sapucaí.
Pontos extras: A aposta no Afro que ajudou a agremiação a permanecer no grupo parece certeira. Mas será que um raio cai duas vezes no mesmo lugar? #Dúvidas
Perdeu décimos: De título confuso, o enredo não parece se definir muito bem. Para complicar, a escola ainda trocou de carnavalescos quando já era outubro. Saiu a dupla Rodrigo Marques e Guilherme Diniz e entrou o estreante Bruno Rocha. Vamos ver como tudo acontecerá na Sapucaí!
De 1 a 5 enredos afro, quanto a Bangu deve se segurar na negritude:
4- Acadêmicos de Santa Cruz – “Santa Cruz de Barbalha: um conto popular no Cariri cearense”
No geral: Renasce a Santa Cruz?! Depois de desfiles para lá de medianos, a Santa Cruz despertou graças ao talento de Ruth de Souza. Com um sambão e um desfilaço, a escola figurou na parte de cima da tabela. Repetiremos a dose? Será?
Pontos extras: O ótimo samba, que foi um destaque no desfile passado, está garantido. Outro trunfo é a experiência de Cahê Rodrigues, que vai para seu segundo ano na escola, tentando garantir uma boa plástica em meio às dificuldades naturais do grupo.
Perdeu décimos: A escola precisa, mais um ano, que sua comunidade abrace o samba para fazê-lo render. Os quesitos de pista ainda são uma incógnita. Qual Santa Cruz desfilará em 2020?
De 1 a 3 desfiles com enredos nordestinos, quanto a Santa Cruz deve melhorar o resultado de 2019:
5- Imperatriz Leopoldinense – “Só dá Lalá”
No geral: A mesa não virou, apesar da Imperatriz tentar. Mas a multicampeã não quis ficar para trás e abandonar a má fase… Vamos ao requisitos?
Pontos extras: Ninguém menos que o bicampeão Leandro Viera dará duplo expediente, então, quesitos plásticos, garantídissimos. A outra aposta é a reedição do clássico Só dá Lalá, conhecido pelos sambistas e que deve garantir também a harmonia, problemática à escola no Especial. Apostando forte, a verde e branco trouxe nada menos que Beth e Hélio Bejani para a comissão de frente, uma ótima escolha.
Perdeu décimos: Perder décimos? A Imperatriz não deve perder um sequer: bateria, casal e comissão. Tá tudo garantido para Ramos voltar ao Especial. Pelo menos é o que se espera…
De 1 a 3 Rosa Magalhães deve dar suas bençãos para a escola deve voltar a fazer um bom desfile esse ano:
6- Unidos de Padre Miguel – “Ginga”
No geral: Lá vem UPM! O texto a gente pode reciclar: será que vai esse ano? Sempre favorita e sempre boicotada, o povo de Padre Miguel volta após um ano sabático para ver se esse título saí finalmente. Com Fábio Ricardo, a escola traz o enredo que poderia ser uma música da Iza, mas é a história da capoeira.
Pontos extras: As credenciais também são as de sempre: comunidade incorporada, enredo afro, ótimo samba e grana para uma plástica luxuosa.
Perdeu décimos: O dever de casa a vermelho e branco faz, falta garantir um bom trabalho com os orixás. Salvo alguma intempérie como já aconteceu outros anos, a briga é pelas primeiras posições.
De 1 a 3 desfiles que deviam ter sido campeãs, quanto a UPM deve bater na trave mais um ano:
7- Império da Tijuca – “Quimeras de um eterno aprendiz”
No geral: Para finalizar a Série A, o sempre competente Império da Tijuca promete mostrar que o quarto lugar do ano passado não foi por acaso. A escola trará a luta pela educação como tema para a grande apoteose do Acesso.
Pontos extras: Apostando na revelação Guilherme Estevão, o Império garantiu um bom enredo e tem a seu favor sua famosa organização para driblar as dificuldades financeiras.
Perdeu décimos: O samba apenas burocrático pode ser um dificultador para sonhos mais altos. Vamos aguardar para ver com a escola da Formiga irá encerrar o grupo.
De 1 a 4 universidades públicas cariocas, quanto o Império da Tijuca pode fazer um ótimo desfile:
Verdades inabaláveis caem por terra quando a sirene toca, então é só esperar. Em meio a um cenário complicado, a gente só torce que a escolas do acesso surpreendam e mandem recados para certos prefeitos, já que nossa festa continua pra lá de viva. Amém, Rosa!
OUÇA NOSSO PODCAST COM AS PREVISÕES PARA A SÉRIE A:
Uma resposta
Império da tijuca ficou em quarto lugar em 2019