Alô, povão, agora é sério! A sirene apita, os portões se abrem e chegou o momento mais esperado do ano. Quando o intérprete dá seu grito de guerra e a Comissão de Frente cruza a linha de início, todas as expectativas caem por terra e é ali, nos 700 metros de pista, que certezas inabaláveis morrem e tudo pode acontecer. Apesar da dita crise, se espera um desfile nivelado e a campeã pode sair de qualquer dia de desfile, mais do que nunca. Os enredo críticos tomaram conta e podem se tornar uma realidade caso algum vença. O que será que o destino nos reserva?
Bem, pedimos licenças aos orixás e as guias de Laíla pra desvendar o que as escolas preparam até aqui.
1 – Império Serrano
No geral: Custa, mas vem. Após quase dez carnavais, o tradicionalíssimo Império Serrano volta à elite do carnaval. Em meio a crise e problemas administrativos, a briga da escola para permanecer será grande. Confio no meu verde e branco?
Pontos extras: A garra do imperiano é sempre impressionante e, na volta ao Especial, a comunidade da Serrinha com certeza está afiada pra um grande desfile.
Perdeu décimos: Um enredo sobre a China já seria ruim no boom dos patrocínios, nos anos 2000, dez anos depois então…
Barracão Tour: Todo mundo do samba sabe das dificuldades do barracão do Império Serrano no início do ano, mas parece que enfim as coisas estão andando e o carnavalesco Fabinho está dando nó em pingo d’água. Ao que parece, o Império não fará nenhuma grande vergonha.
Numa escala de 1 a 3, o quanto esse foi o “alô” da década no Especial e nos vemos depois de 2020
2 – São Clemente
No geral: VEM VER! A preto e amarela aposta no talento de Jorge Silveira para brigar por melhores posições na tabela. Apesar de apontarem a falta de pegada crítica na escola da irreverência, o enredo sobre a Escola de Belas Artes promete fazer a transição do erudito ao popular, devolvendo a caraterística original da agremiação, após os anos de Rosa Magalhães.
Pontos extras: O talento do novo carnavalesco aposta num desfile moderno e bem elaborado num enredo bem conduzido. Os quesitos plásticos, com certeza, serão o destaque da escola para garantir uma posição confortável.
Perdeu décimos: A falta de harmonia do povo da zona sul e a evolução conturbada já são conhecidas. Além disso, não sabemos o que acontece com os jurados que é só eles verem as cores da agremiação que a nota já abaixa dois décimos.
Barracão Tour: Tendo um dos barracões mais adiantados da Cidade do Samba, a escola cumpriu com excelência seu cronograma. A aposta de Jorge Silveira é em alegorias cenográficas e interativas, assim como seu carnaval na Viradouro. Dessa vez, ninguém vai dormir quando a SC passar.
Numa escala de 1 a 3 notas injustas, o quanto os jurados têm que parar de pesar a caneta pra São Clemente
3 – Vila Isabel
No geral: Dignidade, enfim, voltará ao ninho? Com a contração do maior artista da festa na última década, a Vila vem pra deixar de lado os últimos carnavais, dos quais foi coadjuvante, e promete voltar a brigar pelas boas posições.
Pontos extras: A grife Paulo Barros é o principal trunfo do povo de Noel.
Perdeu décimos: O samba que não figura a lista dos melhores do ano e a bateria, sob o comando do mestre Chuvisco, podem ser “um viaduto” no meio de voos mais altos da escola.
Barracão Tour: Parece que, ao menos esse ano, Paulo Barros jogou a receita de bolo fora e deu uma passadinha no PlayCenter, onde lá escolheu cada uma das alegorias da agremiação. Efeitos especiais, muitas coisas que giram, fantasias cheias de truques… será que veremos a reinvenção do rei do Pop?
Numa escala de 1 a 3 bolos de PB o quanto a vaga nas Campeãs tá certa:
4 – Paraíso do Tuiuti
No geral: Dando expediente mais um ano no Especial, a Tuiuti pode ser favorita ao rebaixamento, mas resolveu colocar para foder (by Renato Lage) para cair com muita dignidade.
Pontos extras: Com um dos enredos e sambas mais elogiados e comentados do anos, a escola aposta na crítica e na letra emocionante de sua obra encomendada para falar sobre a escravidão na história da humanidade.
Perdeu décimos: O casal de mestre-sala e porta-bandeira, quesito que abre a escola, pode ser um empecilho. Aliado ainda a má vontade do júri, o prospecto não é positivo.
Barracão Tour: As fantasias ácidas sobre o momento atual do país fizeram sucesso no pré-carnaval e podem ser um trunfo na comunicação com o público. Infelizmente, o atraso da escola em relação as demais em alegorias chamou atenção nas últimas semanas. Resta saber se tudo ficou pronto a tempo, porque projeto a escola tinha.
Numa escala de 1 a 3 desfiles injustiçados o quanto o rebaixamento pode até vir, mas o samba entra pra história
5 – Grande Rio
No geral: ALÔ, TENSÃO! Maiôs de asa-delta e dedinhos preparados pro roda e avisa? Vem no passinho de Chacrete, que Caxias tem tudo pra pisar.
Pontos extras: Com a contratação de peso, e a experiência do casal Lage, aliado ao tema leve e simpático, a tricolor pode repetir com folga o sucesso do ano passado. A Comissão de Frente também deve ser mais um destaque da escola por mais um ano.
Perdeu décimos: Apesar de alegre, o samba não é exatamente um primor musical e deve ter uns décimos descontados.
Barracão Tour: Renato e Márcia Lage vêm apostando com tudo no seu conhecido estilo high-tech, com muito neon. Já as fantasias trarão o melhor estilo irreverente do Velho Guerreiro. Com a estética, a escola da Baixada não tem o que se preocupar.
Numa escala de 1 a 3 Ivetes, o quanto a Invocada promete e deve colocar todo mundo para pular
6 – Mangueira
No geral: Pintou a campeã? Na linha de frente contra os ataques de certos prefeitos, a Mangueira, capitaneada pelo genial Leandro Vieira, promete um revolução no estilo “se faltar fantasia, alegria há de sobrar”.
Pontos extras: Com o artista mais balado do momento, não faltam quesitos que credenciam a verde e rosa na busca de mais título. Resta saber se não vai ter buraco…
Perdeu décimos: Além da evolução, a Comissão de Frente tem sido um quesito complicado para a escola. Logo na escola que marcou época com Carlinhos de Jesus…
Barracão Tour: Vocês querem bom gosto, @? Mais uma vez, Leandro Vieira deve brincar de fazer carnaval. O barracão da escola ficou famoso por ser um dos mais adiantados e a aposta é numa estética nostálgica e menos pesada.
Numa escala de 1 a 3 desfiles revolucionários o quanto a Mangueira deve arrastar a Sapucaí
7 – Mocidade
No geral: Acordou do coma, Mocidade? Encerrando o domingo, uma nova Mocidade promete vir por aí. Depois de anos no limbo, o povo de Padre Miguel parece que renasceu e a escola vem pra tirar a dúvida se a boa posição do ano passado foi um ponto fora da curva ou não.
Pontos extras: Assim como no último carnaval, o excelente samba da verde e branco pode conduzir um grande desfile. A famosa Comissão de Frente do ano passado também deve repetir o sucesso.
Perdeu décimos: A posição de desfile pode tanto ajudar como prejudicar a estrela da Zona Oeste, dependerá do que as outras escolas apresentarem na noite.
Barracão Tour: Das escolas do Especial, a Mocidade foi a que mais fez mistério em relação ao seu barracão e pouco se viu da escola. Espera-se que Louzada deve mantenha o estilo de plumaria e pedraria que dá o tom de sua carreira, apostando numa Índia luxuosa.
Numa escala de 1 a 3 bonecões do Louzada, o quanto a Mocidade deve deixar de vez a fase ruim no passado
1 – Unidos da Tijuca
No geral: Após trágico desfile do ano passado, a Tijuca tem sua chance de redenção para 2018.
Pontos extras: A comunidade sempre forte da Tijuca, aliada a bateria potente de Casagrande, com o talento de Tinga garantem alguns quesitos de pista fortes no Borel.
Perdeu décimos: O enredo altamente biográfico sobre Miguel Falabella e o samba mediano podem dificultar sonhos mais altos ainda mais numa posição de desfile pouco favorável.
Barracão Tour: A parte plástica pode ser um problema para a azul e amarela dar uma voltinha nas campeãs. Alegorias e fantasias poucos inspiradas, com uma solução de materiais ruins, devem reforçar que falta uma assinatura nos carnavais da escola.
Numa escala de 1 a 3 homenagens flopadas o quanto o Borel deve até tentar mas deve ficar ali pelo meio da tabela mesmo:
2 – Portela
No geral: Leve. É assim que a águia deve entrar avenida. Após romper seu histórico jejum, a escola de Madureira aposta no talento da professora Rosa para buscar o bi.
Pontos extras: Um dos melhores enredos do ano, com a assinatura de uma das maiores artistas da festa aliado a um samba competente, que deve funcionar, somado a bateria Tabajara e a harmonia explosiva de Oswaldo Cruz. Anotou tudo?
Perdeu décimos: Nos últimos carnavais, ao combo “Comissão + Casal” conduziu quesitos complicados da escola. Para 2018, ambos vêm renovados e resta saber se cumprirão a missão.
Barracão Tour: Nem aí para as críticas, Rosa vem provar mais uma ano que uma boa alegoria não precisa ser gigantesca. A aparente simplicidade das fantasias devem funcionar no conjunto.
Numa escala de 1 a 3 Deuses do carnaval o quanto lacre é certo e o Bi pode vir
3- União da Ilha
No geral: Em meio a tantas outras protagonistas da festa, a Ilha infelizmente parece figurar entre as coadjuvantes da festa mais uma vez. Apesar de provavelmente se apresentar bem, a tricolor não deve sonhar com posições mais altas.
Pontos extras: O entrosamento da bateria Estandarte de Ouro do Mestre Ciça e o carisma do grande Ito Melodia são dois trunfos da tricolor insulana. O casal da escola também é um dos mais competentes.
Perdeu décimos: O enredo com sensação de dejá-vu e o samba marromenos devem fazer da Ilha um ótimo momento para descansar um pouco as pernas em meio a duas favoritas da noite.
Barracão Tour: Assim com em outros anos, a Ilha se planejou e não teve problemas em seu barracão. Logo no início do ano, as fotos das alegorias bem adiantadas surpreenderam. Severo Luzardo, sempre competente, deve apresentar uma boa plástica com folga.
Numa escala de 1 a 3 lanches o quanto o enredo culinário é propício para hora do lanche da noite
4 – Salgueiro
No geral: Após romper o longo casamento com Renato Lage, o Salgueiro vem fazendo seu dever de casa certinho e, se outras favoritas bobearem, pode beliscar as primeiras posições com folga.
Pontos extras: Uma escola de quesitos, a vermelho e branco tem tranquilidade de sobra pra brigar pelo campeonato, desde sua Comissão de Frente até a Bateria de mestre Marcão.
Perdeu décimos: Curvas, correria, alegorias apagadas… O Salgueiro sempre foi vilão dele mesmo nos últimos anos.
Barracão Tour: Alex de Souza promete mandar pra longe toda a urucubaca dos anos anteriores. Com a estrutura da escola, o carnavalesco promete um carnaval luxuoso pra pegar na veia da comunidade que adora um afro.
Numa escala de 1 a 3 Candaces o quanto o Salgueiro briga nas primeiras posições
5 – Imperatriz
No geral: Vindo de altos e baixos na década, a Imperatriz terá, mais uma vez, que confirmar seu valor em meio a concorrentes de peso. Será que a Coroa pode voltar a girar com força em Ramos?
Pontos extras: Um dos maiores trunfos da escola é seu simpático e ótimo samba, que deve embalar uma boa apresentação.
Perdeu décimos: A velha técnica da Certinha de Ramos parece um pouco enferrujada e os quesitos estéticos também podem ser um problema.
Barracão Tour: As dificuldades de barracão podem prejudicar uma escola acostumada a desfilar sempre bem. Apesar do enredo com a personalidade da escola, o visual não deve fazer jus aos tempos barrocos dos anos 90.
Numa escala de 1 a 3 Rosas Magalhães será que a Imperatriz volta no G6?
6 – Beija-Flor
No geral: Eita, calma! Beija-Flor, a última de segunda? Se fosse nos anos 2000, a taça era garantida… Mas após posições irregulares e em meio a uma crise interna, Nilópolis pode voltar a brilhar?
Pontos extras: A comunidade rolo compressor é a maior arma da escola, cantaram até Boni, né? E o samba é um dos mais elogiados do ano….
Perdeu décimos: Mas… É uma pena que o enredo, apesar da crítica bem vinda, não seja muito bem resolvido…
Barracão Tour: É uma Beija-Flor totalmente diferente do que já vimos, pelo que parece. Saem as alegorias imponentes, entulhadas, os monstros e entram carros com propostas mais cênicas. Será que o conjunto vai funcionar? A Beija-Flor é a maior incógnita do carnaval.