O retrospecto das escolas que disputam o Grupo Especial paulistano nos últimos anos

Acadêmicos do Tatuapé é a atual campeã da elite paulistana (foto: SASP)
Por Juliana Yamamoto
O carnaval de 2019 está chegando e as escolas de samba de São Paulo se preparam para o grande teste antes da folia: os ensaios técnicos, que começam nesta sexta-feira (11), no Sambódromo do Anhembi. Quatorze agremiações entram na disputa com o objetivo de conquistar a tão sonhada taça de campeão. Duas delas, porém, vão ser rebaixadas para o Grupo de Acesso; caminho que ninguém quer trilhar. Abaixo, traçamos um panorama do histórico de cada agremiação no Grupo Especial.
A Acadêmicos do Tatuapé, atual bicampeã do carnaval, está no grupo desde 2013. A escola já fez passagens pela primeira divisão em outros anos. Primeiro entre 1970 e 1974; depois, uma curta passagem em 1977, além de um breve retorno de 2004 a 2006. Em 2013, o Tatuapé teve a árdua missão de permanecer no Grupo Especial abrindo os desfiles de sexta-feira. Parecia impossível, mas a comunidade da Zona Leste mostrou toda sua força e conseguiu um honroso 11° lugar. Em 2015, a alviazul estourou o tempo e brigou para não cair. A volta por cima veio nos anos seguintes e o resto é história!
A Mocidade Alegre é uma das escolas de samba mais estáveis do Grupo Especial desde sua fundação. A Morada do Samba está na elite do carnaval desde 1971, e o pior resultado da história foi o 8° lugar em 2002. A agremiação nunca apareceu na parte de baixo da tabela, o que mostra a força e a imponência de sua comunidade. Outro fato importante a se mencionar é que, de 2003 a 2010, a escola sempre voltou no desfile das campeãs, feito que, nesta década, não aconteceu apenas em 2011 e 2017. Trata-se, portanto, de uma das maiores escolas de samba da cidade.
A Mancha Verde está no Especial desde 2017. A escola disputou a divisão principal entre 2005 e 2013, quando foi rebaixada. No retorno, dois anos, apesar do esforço, não conseguiu se manter no grupo. Em 2017, contudo, a história foi diferente: a Mancha assegurou a permanência e tomou fôlego para o honroso 3° lugar da temporada passada.
A Tom Maior, que em 2018 conseguiu a melhor posição da sua história – terminou a apuração em 4° -,, possui altos e baixos no Grupo Especial paulistano. A escola, que voltou ao grupo em 2017, já participou dos desfiles principais nos anos de 1977, 1978, 1996, 1997, 2000 e 2005 a 2015. A agremiação teve o desafio de abrir o carnaval no ano retrasado e, mesmo com problemas no seu segundo carro, escapou do rebaixamento.
A Dragões da Real é uma das escolas de samba mais jovens presentes no Grupo Especial. Fundada em 17 de Março de 2000, chegou à elite 12 anos depois, conquistou um surpreendente 7° posto e se firmou entre as grandes do carnaval paulistano. De 2013 a 2015 a escola participou do desfile das campeãs e em 2017 brigou nota a nota pelo título com o Acadêmicos do Tatuapé. Hoje, a Dragões é um exemplo de administração e de estabilidade.
O Império de Casa Verde, assim como a Dragões da Real, é outro exemplo de juventude e organização. Com apenas 24 anos de existência, a agremiação já possui três títulos em sua história. Tudo começou em 2003, quando a escola iniciou sua trajetória no grupo. Desde aquele ano, a azul e branco é presença confirmada na primeira divisão. Nos anos de 2005 e 2006, a escola consagrou-se bicampeã com desfiles luxuosos para a época. Em 2016, sob a batuta do carnavalesco Jorge Freitas, a Casa Verde conseguiu seu terceiro título. 
Os Gaviões da Fiel formam uma das escolas de samba mais importantes para o carnaval de São Paulo. Nascidos em 1969, os Gaviões iniciaram sua trajetória no Grupo em 1990, fazendo uma curta passagem. Foi em 1992 que a escola, no retorno ao Grupo, iniciou uma história de sucesso e títulos. Em 1995, 1999 (divido com Vai-Vai), 2002 e 2003 a alvinegra mostrou toda sua grandeza e foi merecidamente campeã. Em 2004, um acidente ocorrido com o último carro da escola, impediu o tricampeonato e fez a escola despencar na tabela rumo ao Grupo de Acesso. Em 2006, apesar do seu grande esforço, 4 escolas eram rebaixadas e os Gaviões não conseguiram se manter. O ano de 2008 foi o retorno, para dali ficar. Com 11 anos de Grupo Especial ininterruptos, os Gaviões desejam voltar aos seus áureos tempos.
O Rosas de Ouro, assim como a Mocidade Alegre, é uma das agremiações mais estáveis do Grupo Especial. Fundada em 1971, a azul e rosa estreou no Grupo em 1975, já com o vice-campeonato, e lá ficou. Os títulos começaram a vir alguns anos depois, em 1983 e 1984. A década de 90 foi de ascensão ainda maior para a escola, com os títulos de 1990, 1991 (dividindo com Camisa Verde e Branco), 1992 e 1994. Seu último título foi em 2010. O ano em que a agremiação esteve mais perto do rebaixamento foi em 2016, quando terminou em 11° lugar, a pior posição da sua história.
A Unidos de Vila Maria está presente no Grupo desde 2015. A escola foi fundada em 1954 e iniciou sua trajetória no Especial no ano de 1969 com um surpreendente 4° lugar. Em 1973 a agremiação foi desclassificada e acabou automaticamente rebaixada para o Grupo de Acesso. A verde, azul e branco só retornou ao principal Grupo 39 anos depois. Com desfiles grandiosos como 2005 e 2007, onde a escola obteve a melhor colocação da sua história, um vice campeonato e 2008, a agremiação vinha sempre retornando nas campeãs e disputando título. Em 2013, com um enredo sobre a Coréia, a agremiação foi rebaixada na última colocação. Retornando em 2015, a agremiação do Jardim Japão mostrou a força e o contingente de sua comunidade e permaneceu-se no Grupo Especial. 
O Vai-Vai, uma das escolas de samba mais tradicionais de São Paulo foi fundada em 1 de Janeiro de 1930. No Grupo Especial, a Saracura estreou em 1973 e permanece até os dias de hoje. A Escola do Povo é a maior campeã da cidade, com 15 títulos – o último em 2015. A pior colocação da sua história foi em 2004, quando a agremiação ficou em 11° lugar. Uma das escolas mais tradicionais da capital, a Saracura mostra a cada ano a sua força e a sua presença essencial no Especial.
A X-9 Paulistana, fundada em 1975, iniciou sua trajetória no Grupo Especial em 1995, com um significativo 5° lugar. Dois anos depois, a agremiação da Parada Inglesa ganhou seu primeiro título. Em 2000, a X-9 abocanhou a sua segunda taça, dividindo com Vai-Vai. A escola permaneceu no grupo até 2016, quando foi rebaixada. A agremiação deu a volta por cima em 2017 e retornou ao grupo principal no ano de 2018.
O Águia de Ouro, campeão da divisão de acesso, abrirá o sábado de carnaval. A escola que foi fundada em 1976, iniciou sua trajetória no principal grupo em 1984, onde fez uma rápida passagem. Também esteve presente nos anos de 1987 e 1988, 1991 e 1997. 1999 foi a virada na história da escola da Pompéia, que permaneceu no grupo até o ano de 2008, fazendo um grande desfile no ano de 2007. Quando retornou, em 2010, a escola se manteve até 2017. Vale destacar o desfile de 2013, quando o Águia deixou o título escorrer de suas mãos por conta de problemas com o cronômetro.
O Colorado do Brás reestreia no principal grupo de São Paulo após 25 anos. A escola iniciou sua trajetória no Especial em 1986. Após idas e vindas, com uma breve aparição nos a agremiação chegou a fazer parte do Grupo 3 da UESP em 2011. Após um terceiro lugar no Grupo de Acesso de 2017, a comunidade se uniu e mostrou toda sua força para voltar ao Grupo Especial, terminando com o vice campeonato em 2018. Agora, a Colorado tem a missão de se manter no Especial e continuar trilhando sua história no carnaval paulistano.
Para terminar nossa análise, vamos falar do Acadêmicos do Tucuruvi. A escola, que surgiu no ano de 1976, iniciou no Especial em 1987 onde permaneceu até 1989. Após um tempo de passagem tanto no grupo Especial como no Acesso, o “Zaca” como é conhecido por muitos, firmou-se no Especial a partir do ano de 1998 até os dias de hoje. Após Vai-Vai, Mocidade Alegre e Rosas de Ouro, é a escola de samba com mais tempo de Grupo Especial. Em 2011 com um surpreendente desfile, a escola ficou em segundo lugar, a melhor colocação da sua história. Apesar de alguns resultados não tão bons, é uma das mais estáveis e sempre presentes na elite paulistana.

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