#10YearsChallenge – Desafio dos 10 anos do carnaval do Rio


A internet se movimentou nas últimas horas para fazer o desafio dos 10 anos. Relembrar como você era 10 anos atrás e comparar com quem você é hoje é uma provocação que pode ser difícil para muitas pessoas. 
Alguns famosos caíram na brincadeira, que viralizou com as fotos antigas – geralmente bem vergonhosas – e as atuais do pessoal. O Carnavalize não queria deixar as escolas de samba fora dessa e fez um comparativo entre as agremiações do Grupo Especial do Rio de Janeiro no ano de 2009 e com as projeções e realidades para o carnaval de 2019.
Como será que estavam as escolas 10 anos atrás? Quem vivia bons e quem vivia maus momentos? Confiram!

1- Beija-Flor de Nilópolis



Em 2009, a azul e branca nilopolitana celebrava um vice-campeonato – por pouco não foi tricampeã – com um enredo sobre os banhos. Além de cheiro, de arruda e de gato, a agremiação também teve banho de notas 10 nesse carnaval e nos subsequentes. Há 10 anos, a Beija-Flor tinha nomes que até hoje estão na agremiação, como Neguinho e Selminha e Claudinho. 
Já em 2019, assim como em 2009, a agremiação também desfilará no posto de campeã do carnaval, agora com um enredo homenageando seus 70 anos de história! Além disso, não conta mais com o diretor de carnaval Laíla, e nem com nomes como Fran-Sérgio para a comissão de carnaval. Marcelo Misailidis e Cid Carvalho encabeçam a parte artística da agremiação. 


2- Paraíso do Tuiuti


Paraíso do Tuiuti é, sem dúvidas, a escola que mais variou nesse comparativo! Dez anos atrás, a azul e amarelo de São Cristóvão estava no Grupo A, então organizado pela extinta Lesga, e cantava o famoso Cassino da Urca, local onde já se apresentaram diversos artistas, como Carmem Miranda, Grande Otelo e Emilinha. O local também já foi sede da TV Tupi e de hotéis e hoje abriga o IED (Istituto Europeo di Design) – no qual Maria Augusta e Leandro Vieira já deram cursos relacionados à arte carnavalesca. A agremiação terminou em sétimo lugar, preparando o terreno para seu rebaixamento no ano seguinte. O presidente Thor já estava à frente da escola, que era assinada pelo carnavalesco Eduardo Gonçalves.
Para o carnaval que se aproxima, o panorama é completamente diferente. Tuiuti pisa na pista como atual vice-campeã da elite carioca, após um desfile histórico, e promete mexer com o povo por meio de um ótimo samba-enredo. O carnaval é assinado mais uma vez por Jack Vasconcelos, que se propõe a contar a história do Bode Ioiô, eleito vereador em Fortaleza, em um enredo instigante. 

3- Acadêmicos do Salgueiro



Há 10 anos atrás, o Salgueiro ganhava seu nono campeonato com o marcante desfile “Tambor”. Ao adentrar na história da percussão e do instrumento, a tijucana conquistou o coração do público, da crítica e do júri e teve um justíssimo campeonato capitaneado pela originalidade de Renato Lage. Foi o primeiro título da agremiação desde o famoso “Explode coração” – “Peguei um Ita no Norte” -, de 1993, e o primeiro desfile com Regina Celi na função de presidente.
Dez anos depois, o Salgueiro traz mais um grande enredo – Xangô -, conta com um ótimo samba, mas apresenta uma instabilidade jurídica que, dizem, pode voltar a mexer com as estruturas da agremiação. Até então, Regina Celi não é mais a presidente da escola. Além disso, Hélio e Beth Bejani e Renato e Márcia Lage, que ficaram na agremiação durante um grande intervalo de tempo e estavam à frente dela no campeonato de 10 anos atrás, não estão mais nos comandos da comissão e da estética do Salgueiro. Agora, Sérgio Lobato e Alex de Souza, respectivamente, assumem essas responsabilidades. Será que a escola demorará os mesmos 16 anos para levantar novamente a taça e só se consagrará campeã em 2025? 

4- Portela



A azul e branco de Oswaldo Cruz e Madureira teve uma grande ascensão de 2009 para 2019. No último ano da década passada, ao cantar na avenida um samba sobre o amor, a Portela até terminou o desfile, assinado por Lane Santana e Jorge Caribé, em uma honrosa terceira colocação. Não possuía, no entanto, grande destaque entre as coirmãs, e estava em um período com um histórico de sambas e enredos tímidos. Além disso, o controverso Nilo Figueiredo era o então presidente da Águia altaneira. 
Para o carnaval de 2019, a agremiação vem com uma confiança muito maior do que de dez anos atrás, por conta de seus ótimos sambas e enredos recentes e do título finalmente reconquistado em 2017, após décadas sem faturar o ponto mais alto do pódio. Agora sob comando de Luis Carlos Magalhães na diretoria e sob responsabilidade artística da professora Rosa Magalhães, a Portela se prepara para homenagear um de seus ícones: Clara Nunes. O enredo é desejado há anos por seus integrantes, que prometem cantarolar com força seu bom samba. 

5- Estação Primeira de Mangueira



A Estação Primeira terminou o carnaval de 2009 com o Estandarte de Ouro de melhor samba-enredo, com uma comunidade pulsante e com um dos mais importantes casais de mestre-sala e porta-bandeira da época, Marquinhos e Giovanna, coroado pelo júri. No entanto, seu desfile em homenagem à formação do povo brasileiro, do polonês Roberto Szaniecki, foi marcado por dificuldades financeiras altíssimas, sendo terminado às curvas da Marquês de Sapucaí. No carro de som da verde e rosa, Luizito – falecido em 2015 – dava voz ao guerreiro samba.
Para o carnaval que chega, a Mangueira se encontra em outra fase. Não só um grupo assumiu a responsabilidade de gerir a escola e pagar suas dívidas, como também Leandro Vieira desponta, sendo um dos nomes mais marcantes da narrativa e da plástica mangueirense. O carnavalesco, pelo quarto ano consecutivo, promete um desfile cativante, agora exaltando as histórias que a História não conta, as figuras marginalizadas pelos livros e pelo ensino convencionais. Na comissão de frente, será a primeira vez que os talentosos Priscilla Mota e Rodrigo Negri participam da agremiação. Assim como em 2009, a escola conta com um fortíssimo samba e um casal de mestre-sala e porta-bandeira de raiz mangueirense; Squel Jorgea e Matheus Olivério, respectivamente neta e filho de Xangô da Mangueira. 

6- Mocidade Independente de Padre Miguel



A Mocidade é outra agremiação que vivia uma época muito diferente em 2009. Com um péssimo desfile inspirado nos gênios da literatura brasileira Guimarães Rosa e Machado de Assis, a escola estava sob comando do polêmico presidente Paulo Vianna. O desfile, criado por Cláudio Cebola, contou com pontos positivos, mas sofreu com a forte crise financeira e administrativa que percorria a agremiação. A estrela-guia de Padre Miguel terminou em penúltimo lugar e por pouco não foi rebaixada. 
Agora sob comando de outros profissionais e diretores, a agremiação enfrenta uma fase mais tranquila e estável, de dois bons carnavais consecutivos – um deles campeão – que tiveram dois ótimos sambas. Em 2019, conta com mais uma boa composição e com Alexandre Louzada concebendo seus desfiles, além de Jorge Teixeira e Saulo Finelon responsáveis pela comissão de frente e Wander Pires pelo carro de som. 

7- Unidos da Tijuca


Em 2009, a Tijuca fez um enredo sobre o espaço e o que se passava acima das cabeças da humanidade. De deuses e ET’s às Jornadas nas Estrelas, o criativo desfile teve Lucinha e Rogerinho como casal de mestre-sala e porta-bandeira e foi assinado por Luiz Carlos Bruno, também diretor de carnaval, logrando à escola a nona colocação daquele carnaval. 
Já em 2019, Fernando Horta continua à frente da agremiação, que agora é tetracampeã. Pela primeira vez, Laíla assume a direção de carnaval da agremiação, e também compõe a comissão de carnaval, ao lado de Annik Salmon, Marcus Paulo, Hélcio Paim e Fran-Sérgio. Assim como Fran e Laíla, Jardel Lemos é estreante no pavão e é responsável por sua comissão de frente. Nos microfones, o experiente Wantuir retorna à escola do Borel após alguns carnavais afastado. Ele cantará o samba-enredo que exalta o pão como forma primordial de alimentação. 

8- Imperatriz Leopoldinense 



Há dez anos atrás, a Imperatriz entrava na avenida com o último carnaval da professora Rosa Magalhães na agremiação. Aproveitando a proximidade de seu cinquentenário, a agremiação mostrou que Ramos também faz samba cantando a história da Imperatriz e de entidades como Fundo de Quintal e Cacique de Ramos. O desfile terminou no sétimo lugar. 
A agremiação continua frequentando zonas medianas na tabela. Agora com Mário e Kaká Monteiro como carnavalescos, a diretoria da escola e a diretoria de carnaval se mantêm as mesmas, sob comando de Luiz Pacheco Drumond e Wagner Araújo. Para 2019, propõe outra pegada de carnaval, mais descontraída e ácida, com o enredo “Me dá um dinheiro aí”. 

9- Vila Isabel

No carnaval de 2009, a Vila Isabel celebrava o centenário do Theatro Municipal em um imponente desfile assinado por Alex de Souza, com participação de Paulo Barros – que somou à equipe já durante o processo de criação do desfile. O ótimo carnaval da agremiação tinha samba assinada por André Diniz – em parceria com Serginho 20, Artur das Ferragens e Leonel – e cantado por Tinga. 
Para 2019, a escola retorna a nobreza de seus temas ao homenagear a cidade de Petrópolis, em busca de conseguir novamente patamares mais altos. Tinga também estará cantando pela agremiação após um período afastado e André Diniz também participa da autoria do samba-enredo. Com outra diretoria, Edson Pereira é o carnavalesco da agremiação após uma premiada temporada assinando desfiles na Série A. Na comissão de frente, Patrick Carvalho volta a agremiação, realizando seu segundo trabalho. Além disso, a porta-bandeira Denadir assume o pavilhão da agremiação do bairro de Noel.

10- União da Ilha


Em 2009, a União da Ilha desfilava no então Grupo A e tinha como carnavalesco Jack Vasconcelos, que realizou um carnaval sobre viagens. Pegando carona no tema, com passagem só de ida ao Grupo Especial, a escola foi campeã do acesso há 10 anos e desde então se mantém na elite. O presidente da agremiação, na época, era Ney Filardi.
Agora dirigida por Djalma Falcão, a agremiação mantém Ito Melodia como intérprete. Para 2019, conta novamente com o renomado figurinista televisivo Severo Luzardo para realizar um enredo em homenagem ao estado do Ceará, a partir das obras de Rachel de Queiroz e José de Alencar. Com um samba não tão festejado, a Ilha tenta garantir o retorno ao sábado das campeãs – que não ocorre desde 2014. 

11- São Clemente

Outra escola que estava no acesso há dez anos atrás, a São Clemente tinha como carnavalesco Mauro Quintaes, e Leonardo Bessa como intérprete. O divertido enredo homenageava um dos principais artistas e nomes do circo brasileiro: Benjamin de Oliveira. A preto e amarelo terminou aquele carnaval em quarto lugar, preparando-se para ser campeã do grupo no ano seguinte e ascender ao Grupo Especial.
Para o carnaval que se aproxima, a São Clemente continua sob a chefia da família Almeida Gomes, e apostando em uma reedição de um de seus carnavais mais festejados! “E o samba sambou” traz de volta uma crítica ao destino que as próprias escolas de samba estão contextualizadas, agora atualizada sob a perspectiva do carnavalesco Jorge Silveira. A televisão, os diretores, o troca-troca, os camarotes; tudo será alfinetado. O microfone está sob responsabilidade de Leozinho Nunes, Bruno Ribas e Larissa Luz, e a expectativa para o retorno da porta-bandeira Giovanna para o carnaval – agora ao lado de Fabrício – é grande. 

12- Acadêmicos do Grande Rio



Em 2009, a Grande Rio tinha a estreia de Cahê Rodrigues como carnavalesco da caxiense em um enredo em homenagem à França. Repleta de luxo e de expressões francesas – merci beaucoup, Carnavalizé! -, a tricolor faturou o quinto lugar com microfones nas mãos de Wantuir, e pavilhão sob responsabilidade de Squel e Sidclei.
Dez anos se passaram e a agremiação continua com os mesmos nomes à frente de sua diretoria – Perácio, Helinho e Jaider Soares – e se mantém como grande frequentadora do sábado das campeãs, mas ainda não conquistou seu sonhado caneco. Agora com Renato e Márcia Lage, a agremiação traz um enredo intitulado “Quem nunca…? Que atire a primeira pedra”, após uma polêmica virada de mesa que capitaneou após ser rebaixada no carnaval do ano passado. Evandro Malandro estreia como voz principal do carro de som e Daniel Werneck e Taciana Couto estreiam como primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Grande Rio. 

13- Império Serrano



Após faturar o caneco do Grupo A em 2008, o Império festejava seu retorno ao Grupo Especial em 2009, com uma reedição do histórico “A lenda das sereias e os mistérios do mar”, então assinado pela carnavalesca Márcia Lage. A agremiação não conseguiu se firmar entre as doze do grupo e acabou retornando para o Acesso. 
Em 2019, a escola também abrirá os desfiles de domingo e continua no grupo após a virada de mesa já descrita, que também privilegiou o Império. Com o objetivo de não sofrer do mal do rebaixamento como há 10 anos atrás, a agremiação aposta na transformação da famosa canção de Gonzaguinha “O que é, o que é?” em samba-enredo para trilhar seus caminhos. A ideia surgiu do carnavalesco Paulo Menezes, responsável pelo desfile da agremiação. 


14- Unidos do Viradouro



No carnaval de 2009, a Viradouro tinha o enredo “Vira-Bahia, pura energia”, de Milton Cunha, como chave para defender suas cores no Grupo Especial, onde já se encontrava desde 1991. O enredo cantava entidades, orixás, ingredientes de comidas típicas, combustíveis e demais elementos associados à cultura baiana. A agremiação de Niterói conquistou a oitava colocação naquele ano. 
Dez anos se passaram e a Viradouro procura a estabilidade de seus desfiles e de seu posicionamento na elite da folia, entre idas e vindas. Agora com Paulo Barros, a agremiação traz o imaginativo tema “ViraViradouro” para a Sapucaí, e está investindo fortemente em seu carnaval. Com Zé Paulo Sierra no microfone e Alex Fab e Dudu Falcão como diretores de carnaval, as expectativas são fortes para a agremiação que acabou de subir da Série A, ainda reforçada pelo casal Ruth e Julinho e o coreógrafo Alex Neoral.

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