#BOLOEGUARANÁ: Querendo deixar de “bater na trave”, Unidos de Padre Miguel completa 63 anos

 

por Bernardo Pilotto

Nesse dia 12 novembro de 2020, a Unidos de Padre Miguel comemora mais um aniversário. Fundada em 1957 a partir do bloco de carnaval do mesmo nome, a escola da Zona Oeste, nos últimos anos, ficou no “quase” para chegar ao Grupo Especial por diversas vezes. 
Nos anos 1950, dois blocos dividiam as atenções do carnaval na Zona Oeste: o “Mocidade do Independente” e o “Unidos de Padre Miguel”. O último, por suas cores, era também conhecido como “Boi Vermelho”. Em 1955, o “Mocidade” se transformou em escola de samba, movimento seguido pelo “Unidos” apenas dois anos depois, com poucos dias de diferença da fundação das duas escolas. 
O primeiro desfile da UPM foi no carnaval de 1959, quando já se consagrou campeã do Grupo 2. Apresentando-se entre as principais escolas em 1960 e 1961, a escola não conseguiu se firmar e acabou sendo rebaixada, voltando ao grupo de elite do carnaval apenas em mais 3 ocasiões: 1964, 1971 e 1972. 
Com o crescimento da Mocidade Independente nos anos 1970, a UPM ficou em segundo plano nas atenções dos foliões do bairro, entrando num período em que na maioria das vezes não emplacou grandes desfiles. Por conta disso, a agremiação chegou a desfilar na terceira divisão no final dos anos 1980. Em 1990, teve seu pior momento, quando não se apresentou. 
Por conta da sua ausência, a escola teve que retornar ao “Grupo de Avaliação”, a quinta divisão dos desfiles no Rio de Janeiro. Tentando retomar seus bons desfiles dos primeiros anos de existência, a Unidos foi se reestruturando e pouco a pouco subindo de divisão, até que em 2010 chegou ao Grupo A. 
O rebaixamento em 2010 não teve o mesmo efeito que os reveses de outros momentos tiveram e a escola voltou à Séria A já em 2013, com a criação da Lierj e a fundição de dois grupos. A partir de 2014, começou a figurar entre as grandes do grupo. 
Com ótimos enredos, boa estrutura financeira e sambas que caíram no gosto popular, a UPM foi vice-campeã do principal grupo de Acesso em 4 ocasiões. E mesmo quando não ficou com o vice a escola quase “chegou lá”: em 2017, por exemplo, sua porta-bandeira Jéssica torceu o joelho durante o desfile. A apresentação, até então arrebatadora, acabou perda notas no segmento do casal e em evolução, que a deixou em 4º lugar, impossibilitando o campeonato. 
Para o próximo carnaval, a UPM vai trazer o enredo “Iroko – É tempo de Xirê” e pretende deixar a sina de “bater na trave” definitivamente de lado. Edson Pereira retorna à agremiação ao lado de sua equipe criativa que assinará o desfile junto com o carnavalesco.  

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