#Carnaval2022: Beija-Flor – Escola empretece a Sapucaí, mas comete alguns erros na pista

Por Redação Carnavalize
Última escola a desfilar no primeiro dia do Grupo Especial carioca, a Beija-Flor de Nilópolis voltou às suas raízes negras para desfilar o enredo “Empretecer o pensamento é ouvir a voz do Beija-Flor”, uma narrativa que promoveu artistas e intelectuais negros em uma perspectiva decolonial e afrocentrada. Com direção artística do carnavalesco Alexandre Louzada, a escola contou com o reforço do talentoso André Rodrigues e sua equipe para a construção do carnaval nilopolitano.
O coreógrafo Marcelo Misailidis trouxe a comissão de frente em cima de um tablado. Os integrantes dançavam apenas sobre a estrutura. Curiosamente, havia areia no chão do elemento, recurso também utilizado pelo Salgueiro. O ponto alto da performance foi a encenação de uma revolta de escravizados contra seus algozes. O busto de um escravagista era explodido. A comissão apostou em uma tela de LED, que exibia lutas negras. Ao final do número, os componentes, inclusive, formaram os dizeres “Vidas negras importam” no chão do tablado. No geral, a apresentação de abertura não gerou grande impacto, em que pese a importância da mensagem. Por sua vez, o experiente casal de mestre-sala e porta-bandeira, Claudinho e Selminha Sorriso, estava muito bem vestido, em preto e azul escuro. A porta-bandeira ostentou, ainda, uma “falsa” careca. A apresentação da dupla foi competente, apesar de um leve desencontro entre os dois antes da saída do primeiro módulo.
Apresentação do primeiro casal da Beija-Flor (Foto:Beatriz Freire)

O pertinente enredo mostrou embasamento e fez um movimento interessante, começando com a ancestralidade e passando por diversas manifestações artísticas e filosóficas da negritude. O conjunto visual é bastante arrojado, com belas alegorias, apesar de alguns problemas de acabamento e de queijos vazios bem visíveis no segundo carro. As fantasias têm volumetria acentuada, mas deixam a desejar no trabalho cromático. No geral, o que se viu foi uma concepção melhor do que a execução.
Laila foi homenageado em carro da agremiação (Foto: Leonardo Antan)
A bateria dos Mestres Plínio e Rodney passou redonda, sustentando o ótimo samba-enredo. A tradicional cadência nilopolitana rendeu um cortejo bastante agradável. O carro de som mostrou sua competência, como de costume. A comunidade cantou o samba e demonstrou animação com sua agremiação. 
Com alguns problemas pontuais de evolução, devido, inclusive, à dificuldade de dois carros para entrar na avenida, a Beija-Flor fez um cortejo tranquilo. Sem perrengues graves, a escola se credenciou para lutar pelas primeiras posições. 

 

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