#SÉRIEDÉCADA: E agora? O ranking geral das escolas e o legado desta década

Texto de Leonardo Antan, com colaboração de Vítor Melo.
Arte e visual: Vítor Melo.
Revisão: Felipe Tinoco.

Como diz a sabedoria popular: tudo que é bom dura pouco! Nossa #SérieDécada está chegando ao fim. Produzimos incessantemente, durante o último mês, uma série de textos, podcasts e listas abordando os grandes desfiles, sambas, comissões de frentes, personalidades e imagens do carnaval desta última década. Com um levantamento histórico e analítico destes anos, buscamos propor um olhar dos rumos que a folia tomou em suas mais diferentes áreas, traçando um panorama amplo e abrangente.

Todo esse conteúdo foi selecionado coletivamente por nossos integrantes e simbolizavam exatamente aquilo que acreditamos ser pertinente ao universo artístico-cultural das escolas de samba. Se o nossas análises refletiram grandes espetáculos e inquestionáveis momentos marcantes da história desses últimos dez anos, reservamos o último texto dessa série para expor, além de um panorama do recorte temporal baseado no ranking da liga, algumas incongruências de nossas leituras ao serem comparadas com resultados oficiais. Essas divergências podem e devem ser relativizadas. Afinal, não devemos basear a festa apenas na cabeça do seleto corpo de jurados escolhido pela LIESA e dos dirigentes que viram a mesa quando lhes convém, ditando as rédeas da festa.

Com esse panorama, todavia, não possuímos a menor pretensão de ditar o que seriam propostas certas ou erradas. Tentaremos apenas propor possíveis caminhos sobre os quais a folia possa rumar nos próximos anos. Além disso, analisaremos quais os legados dos acontecimentos desse período e como eles podem reverberar no futuro das escolas de samba e em seu julgamento. Para iniciar a conversa, preparamos um mapa comparativo, baseado nas notas dadas pela entidade organizadora dos desfiles, o “Ranking LIESA”. Ele costuma ser um retrato dos últimos 6 carnavais de cada ano. Aqui, consideramos todas as escolas que pontuaram em seus cortejos no Grupo Especial entre os anos de 2011 a 2020 – recorte temporal base de nossa série.
Pontuação: 1º – 20pts. ; 2º – 15pts.; 3º – 12pts. ; 4º – 10pts.; 5º – 8pts.; 6º – 06pts.; 7º – 04pts.; 8º – 03pts.; 9º – 02pts.; 10º – 01pt.

Ao analisar esse levantamento, encontramos uma interessante chave de caminhos a serem seguidos para o percurso de cada agremiação na década. Mesmo que o julgamento oficial possa e deva ser relativizado, é ele quem baliza as tendências que guiam as agremiações, mostrando certas “fórmulas” que aparecem replicadas e se confirmando ano a ano. Entendido isso, passaremos um rápido panorama de cada agremiação. 
Sendo a maior campeã do recorte temporal proposto, não é surpresa a Beija-Flor liderar a tabela mesmo com algumas baixas colocações. Se no início deste recorte a azul e branco se manteve estável nas primeiras posições, os últimos anos mostraram complicações e certas mudanças na Deusa da Passarela, sobretudo depois de 2014. Após o amargo 7º lugar, a escola passou por uma sequência de transformações internas. E, mesmo com um título, seus rumos geram muita discussão entre a comunidade carnavalesca. Os caminhos da agremiação também culminaram na pior colocação da história da azul e branco – o 11º lugar de 2019. No mais, é válido ressaltar que sem o controverso título de 2018, a azul e branco perderia importantes posições e, certamente, não assumiria o topo. Se isso acontecesse, seria ironia uma escola que não teve nenhum título na década assumir a liderança do ranking? 
Com o título de 2018 indo para Tuiuti ou Salgueiro, escolas que brigaram com a Soberana até as últimas notas, é fato que a Academia do Samba estaria no topo do ranking, já que ficou apenas dois pontos abaixo da coirmã. Com um time estável e de grandes profissionais que durou boa parte da década, o Salgueiro se firmou como a escola mais regular desses anos. Mesmo após uma polêmica troca de gestão em 2018, o torrão amado continuou firme e forte na busca por boas posições. Com vaga cativa no desfile das campeãs desde 2008, a posição mais baixa conseguida pela escola, na classificação geral, foi um 5º lugar em quatro oportunidades. Portanto, sua regularidade, que parece não ter saído dos trilhos mesmo após conturbada transição política, é, de fato, um trunfo fundamental de um período em que muitas escolas tiveram seus altos e baixos acentuados.

Comissão de frente de um dos grandes desfiles salgueirenses da década: o carnaval de 2015. (Foto: Riotur/Fernando Maia)
Sagrando-se campeã duas vezes desde 2011 e consolidando a figura criativa de Paulo Barros, a Unidos da Tijuca chegou ao fim da década com uma forte crise de identidade, mas, ainda assim, garantindo uma boa colocação na tabela. Após o marcante acidente de 2017, a azul e amarela acabou perdendo a força de outrora, marcada por suas “apresentações técnicas” nos quesitos de pista, musicais e plásticos. Após posições mais amargas, a agremiação parte para a nova década apostando na contratação do talentoso Jack Vasconcelos em uma busca de se se renovar.

Ainda na região da Grande Tijuca, a Estação Primeira de Mangueira fez um caminho oposto ao da vizinha do Borel e ainda terminou os últimos anos com os mesmos dois títulos da agremiação tijucana. Com exceção de 2011, a verde e rosa fez desfiles mais problemáticos e conseguiu posições tímidas até o meio do recorte temporal. A chegada de Leandro Vieira, uma das personalidades da década listadas, estabeleceu um importante ponto de virada não só na agremiação, mas também no carnaval como um todo. O artista introduziu novas soluções visuais à hegemonia estética em voga, trazendo um novo paradigma artístico-temático, que reverberou fortemente nos anos seguintes e inspirou outros artistas. Não só por meio do talento plástico do carnavalesco, a Estação Primeira também se consolidou com um time de profissionais coesos e que garantem notas dez em diversos quesitos, como comprova seu título de 2019, consolidado com nenhuma nota que não fosse a máxima contabilizada, somando 270 pontos. Famigerado dream team!

Abre-alas do carnaval verde e rosa campeão em  2016, homenageando Maria Bethania. (Foto: Riotur/Fernando Grilli)

De uma matriarca para a outra, foi apenas um ponto que deixou a Portela atrás de sua rival histórica neste ranking. A azul e branco teve trajetória parecida com a verde e rosa, vindo de gestões polêmicas e apresentações nada expressivas na pista sagrada da Marquês da Sapucaí. Fora o resultado oficial, a Águia deixou no começo da década uma importante contribuição nos rumos que o gênero samba-enredo tomou nos últimos carnavais, como apontamos no panorama sobre o quesito nesse texto. A chegada de uma das personalidade do período citadas na nossa série, Marcos Falcon, fez uma mudança completa na forma como a Majestade passou a se comportar na Avenida, culminando no esperado fim do histórico jejum de títulos da agremiação em 2017. 

Outra campeã da década, que também teve sua trajetória pouco regular, foi a Vila Isabel, que fecha o desfile das campeãs do ranking. Após três carnavais como potência da folia, a azul e branco entrou em uma crise interna a partir de 2014, a qual gerou carnavais pouco marcantes e problemáticos. Vale ressaltar o carnaval de 2016, desfile em que a escola aliou um pertinente tema a um belíssimo visual, assinado por Alex de Souza, e uma ótima trilha sonora. De qualquer forma, não foi suficiente para figurar entre as primeiras posições, terminando em . Para o julgamento oficial, a agremiação se recuperou em 2019 quando apresentou um desfile, de fato, grandioso e opulento. Por outro lado, esse fator não representou um reencontro com a identidade do povo de Noel. Historicamente engajada e valente, a escola vem apostando em temas mais burocráticos e que pouco dialogam com a herança de vanguarda e progressista da agremiação.

A águia altaneira campeã do carnaval de 2017, dando fim a um jejum histórico. (Foto: Riotur/Fernando Grilli)
Seguindo ao sétimo e ao oitavo lugar, surgem duas escolas com trajetórias divergentes durante os últimos carnavais. Mesmo sem conquistar seu sonhado título, a Grande Rio termina à frente de umas das vitoriosas do período. A tricolor da Baixada teve diversos altos e baixos, mas parece ter virado a chave pra iniciar um período bastante animador. O divisor de águas, entretanto, foi a problemática apresentação de 2018, que teria custado à escola um rebaixamento se não fosse a famigerada virada de mesa orquestrada pelos dirigentes em plenária da liga. Antes de firmar o ponto no terreiro caxiense de Tata Londirá, a escola optou por uma proposta que não funcionou como o esperado. Tentando rir da própria desgraça e refletir seus erros no senso comum de todos nós, o tiro acabou saindo pela culatra, mas abriu os caminhos pra grande virada que ocorreria no próximo ano. De 2020, o povo de Caxias tem de legado sua verdeira refundação com a chegada dos talentosos artistas Leonardo Bora e Gabriel Haddad, o vice-campeonato, com uma vitória que por pouco não se concretizou, marca uma transformação nos próximos anos de folia caxiense e dá indícios que inicia a construção de uma identidade tanto pedida por sua comunidade e por nós, apaixonados por carnaval. 
Falando no trágico ano que ainda não acabou… A Mocidade Independente de Padre Miguel figurou num modesto oitavo lugar no resultado geral do ranking, mesmo com o título em 2017 compartilhado com a azul e branco de Madureira. Assim como a coirmã Portela, a estrela de luz também teve um início problemático de década, assolada em uma problemática gestão e insatisfatórias exibições. Diferente da parceira de pódio, entretanto, a verde e branco demorou mais alguns carnavais para se reerguer. Com a posse da nova diretoria em 2014, a escola proporcionou um dos desfiles mais queridos desse período, “Pernambucópolis” – que figura em nossa lista dos desfiles injustamente esquecidos da década. A alviverde, porém, levou mais três anos na tentativa de conquistar uma boa posição, mas compensou quebrando o jejum de vinte anos. Após o título, consolidou boas posições entre as seis primeiras, marcando um reencontro de identidade da agremiação, coroado com a ótima apresentação em homenagem a Elza Soar no último carnaval.

Fim do desfile caxiense no carnaval 2020, que rendeu o vice-campeonato à escola. (Foto: Carnavalize/Vítor Melo)
Rival histórica de Padre Miguel na década de 1990, a Imperatriz Leopoldinese também teve anos menos brilhantes nos carnavais deste período. Mesmo frequentando o desfile das campeãs com regularidade, foram cinco retornos ao sábado em dez carnavais. As apresentações leopoldinenses geraram, ao menos, bons momentos como a homenagem ao galinho de Quintino em 2014, a passagem de Raoni pela Sapucaí em 2017 e também a homenagem ao Museu Nacional, que sofreria um fatal incêndio meses depois, em 2018, que apesar de queridos figuram entre os poucos lembrados. Ainda assim, a Rainha de Ramos seguiu tímida ao longo dos anos e acabou envolvida em uma apresentação problemática que gerou o seu rebaixamento em 2019. Escrevendo uma grande página de sua história por linhas tortas, a passagem da agremiação pela Série A gerou um dos melhores desfiles da década no grupo. Revigorada, a escola chega para o próximo ano de retorno à elite e nos proporcionando um esperado reencontro com Rosa Magalhães, na expectativa de que se reveja as vitoriosas exibições de outrora.
Na parte final da tabela, uma curiosa inversão ilógica chama atenção: o posicionamento da Viradouro, escola que desfilou apenas três vezes na década no Grupo Especial e mesmo assim ficou na frente de coirmãs que frequentaram a elite de ponta a ponta, entre 2011 a 2020. As duas primeiras posições garantidas pela agremiação niteroiense nos últimos anos são frutos de uma exemplar gestão, encabeçada por Marcelinho Calil, e um sólido investimento do município de Niterói em seu ativo cultural. Essa união de fatores, então, fez a Viradouro se sobrepor, no ranking, a escolas como a União da Ilha e a São Clemente.

Mesmo com alguns bons desfiles, as coirmãs dividiram uma falta de regularidade nas suas apresentações. De um lado, a tricolor insulana fechou o período rebaixada, enxergando-se diante a novos desafios a partir de 2021. Já a preto e amarelo amargou um penúltimo lugar do ranking apesar dessa ser maior estadia no Grupo Especial de sua história. Ambas escolas apresentaram bons desfiles durante esse período, que poderiam inflar suas posições no ranking final. Mas sentiram na pele, porém, o peso de uma avaliação viciada e relutante em premiar escolas com pavilhões sem tanto “peso”. O panorama foi ainda mais cruel com a preto e amarelo da zona sul, que foi ultrapassada ainda pela Paraíso do Tuiuti com apenas três desfiles no Grupo. A escola de São Cristóvão, por sua vez, conquistou expressivos pontos com seu histórico vice-campeonato em 2018, no qual ganhou destaque não apenas nacional, como também preencheu capas de jornais e sites mundo afora. Fixou-se, em vista disso, em uma significativa passagem pelo grupo, muito fermentada pela ótima atuação de Jack Vasconcelos.

Uma das alas da Imperatriz Leopoldinense no carnaval 2020, em que conquistou o retorno ao Grupo Especial. (Foto: Riotur/Marcos Ferraz)

E agora? O que esperar? 

A #SérieDécada conclui um balanço técnico-artístico bem positivo para os rumos que as escolas de sambas provavelmente seguirão nos próximos anos. Mais do que a gasta discussão entre modernidade e tradição que sempre perambulou a história do carnaval, é importante notar como transformações necessárias aconteceram na festa em diversas esferas. Ainda que os últimos anos sublinhassem sérios problemas administrativos e comercias do espetáculo em se profissionalizar e prestar bons serviços a quem os consome, a reinvenção artística de muito setores atraiu novos públicos ao carnaval.

Isso se deu tanto no início deste anos, com a figura midiática de Paulo Barros e o sucesso de seus carnavais na Unidos da Tijuca, como pelo surgimento de novos carnavalescos que redefiniram fortemente os quesitos estéticos e as narrativas escolhidas. Do show hollywoodiano do artista pop do Borel à brasilidade popular e o refino estético de Leandro Vieira da verde e rosa, novos caminhos a serem seguidos foram estabelecidos de modo meteórico. A aposta de novos nomes, estimulada principalmente pela crise financeira que o país passa, fez e faz surgir talentos expressivos e que se vislumbram como fortes promessas para os próximos anos.

Por trás do truque: os bastidores da inesquecível apresentação da Unidos da Tijuca que transformou os rumos dessa década. (Foto: Dhavid Normando | Riotur)

E isso não ocorre só na área visual. As baterias de agremiações também viram novos e talentosos mestres surgirem, como o Macaco Branco, na Vila Isabel, e Fafá, na Grande Rio. Não restritivo ao quesito musical, pode-se estender também aos casais de mestre-salas e porta-bandeiras, aos intérpretes e aos coreógrafos de comissão de frente que deram as caras. Falando, aliás, no grupo de abertura dos cortejos, nenhuma outra parte do desfile sofreu tantas mutações e discussões nos último anos como essa. Da mágica do “É Segredo!”, o casal Rodrigo Negri e Priscilla Mota estabeleceu um paradigma imponente, transformando o quesito em um verdadeiro show de abertura, movimentando o mercado atrás de truques de ilusionismo, super produções e elencos numerosos. Em contrapartida, após anos de tripés gigantescos, as comissões vêm se reinventando e apostando também no teor emocional e na carga apelativa de suas apresentações. Nessa maneira, podemos facilmente citar o marcante trabalho de Patrick Carvalho no Paraíso do Tuiuti, em 2018, o qual trouxe novos ventos aos ares puramente espetaculosos que pairavam pelas comissões e ainda pode dar frutos.

Como a festa nos reserva surpresas ano a ano, presenciamos o renascimento de muitas escolas, as inesperadas quedas (ou quase) de outras e, além disso, os altos e baixos de consideradas potências. Foram, sem dúvidas, anos imprevisíveis – e não só positivamente. Acidentes graves apontaram falhas históricas nos fazeres cotidianos, mostrando a importância de um retraçar de rotas e caminhos na profissionalização das escolas e na regularização de suas estruturas. Além disso, viradas sucessivas de mesa colocaram em xeque, mais uma vez, a credibilidade das disputa, motivando importantes discussões – inclusive sobre a figura dos gestores das agremiações. Afinal, é sempre válido negociar e tentar se acertar com o poder público?

Paraíso do Tuiuti 2018: visão geral do desfile que marcou uma nova onda de enredos críticos. (Foto Fernando Grilli / Riotour)

A relação com o poder público, sobretudo municipal, também definiu bastante dos rumos da década. Se no início destes anos, tivemos um governante fortemente identificado com a folia, que promoveu reformas em diversas quadras de escolas de sambas, além de uma remodulação profunda inclusive no palco principal dos cortejos. Assim, em 2012, veio a criação de novos módulos de arquibancada no Sambódromo, modelando um novo espaço cênico para os desfiles. Mas depois destes primeiros anos de bonança, tudo foi fortemente transformado com a chegada do novo prefeito carioca.

Historicamente apoiadas pelos governantes e estimuladas como protagonistas da cultura carioca, as escolas se viram ameaçadas e preteridas em meio a um projeto político excludente, predominantemente pautado em pastas religiosas, capitaneadas pelo atual prefeito-bispo. Após mais de oitenta anos, realizou-se o primeiro desfile das escolas do Grupo Especial sem apoio da prefeitura, fruto da mudança sócio-política que o pais enfrentou. O cenário conturbado transformou ainda os rumos de narrativas do grande divã nacional que é a Avenida. Se em 2013 quase todas as agremiações faziam seus temas em busca do esperado patrocínio, esse cenário se transformou completamente ao longo dos últimos anos. Após um longo hiato, os enredos autorais e principalmente os críticos voltaram à pauta com mais força do que nunca. E, se antes eram ainda relativizados, ganharam as primeiras posições, comprovando sua pertinência histórica – revivem uma das grandes frase de Fernando Pamplona, ao tirar da cabeça o que não se dá no bolso.

Se com os cofres mais vazios e enredos mais pertinentes as escolas de samba viram mudar seus conceitos artísticos e transformar suas comissões de frente, pode-se dizer também que a trilha sonora dos desfile se tornou muito mais gostosa de ser ouvida. Após anos de marasmo criativo e uma interminável busca pelo “ita perdido”, os sambas parecem ter encontrado os trilhos da criatividade e do gosto apurado. É inegável a transformação que o gênero seguiu desde 2012 com o inexorável “Madureira sobe o Pelô”. Mesmo que eventualmente tenham surgido alguns “bois com abóbora”, as safras musicais ganharam certo destaque durante esses anos e geraram obras antológicas para os anais momescos. Como nem tudo são flores, uma fervorosa discussão sobre a encomenda de sambas deu a tônica desde os meados da década. Se é uma proposta válida ou não é outra história, mas é algo que culmina discussões sobre os futuros das disputas de sambas e já gerou também grandes obras da nossa festa. Por fim, engana-se quem pensa que é privilégio do Grupo Especial uma boa trilha sonora. A Série A, desde a sua fundação em 2013, tem propiciado ótimos sambas – principalmente, quando nomes renomados do MPB apareceram por lá.

Marcante alegoria do carnaval mangueirense em 2020 chegando à Apoteose. (Foto: Riotur/Gabriel Nascimento)

Ufa! Haja fôlego para tantas transformações. Se alguns problemas históricos persistem, boas novidades fascinam nossos olhos, mentes e ouvidos. Em meio às crises, apontamos sempre os problemas, mas não podemos perder o poder de nos fascinar com os fatores que são pulsantes: os artistas da dança, do canto, do ritmo, dos pincéis e das letras. Reinventa-se, assim, dia a dia, a festa – como disse Rosa Magalhães: “Escola de samba é uma coisa viva e está sempre em mudança. Se fosse estática, talvez ela estivesse em decadência”.

E em meio a um novo cenário mundial? Haverá carnaval em 2021? Como estará o mundo pós-pandemia da COVID-19? Por enquanto, apenas interrogações do que virá por aí figuram em nossos pensamentos. Enquanto isso, você pode conferir como as escolas de sambas estão se movimentando diante o cenário de isolamento social e reafirmando suas identidade sócio-culturais aqui.

Sem dúvidas, a #SérieDécada deixará saudades, mas fez uma importante leitura e um denso panorama de vários aspectos contidos nos anos desse recorte. Abaixo, você pode conferir todos os textos sobre o carnaval carioca que foram postados dentro dessa sequência:

  1. Os 10 desfiles mais marcantes do Grupo Especial do carnaval carioca
  2. Os 10 desfiles mais marcantes da Série A do carnaval carioca
  3. Os 10 melhores sambas-enredo do carnaval carioca
  4. As 10 maiores personalidades no carnaval carioca
  5. 10 desfiles esquecidos dignos de mais do que poucas memórias
  6. As 10 melhores comissões de frente do carnaval carioca da década
  7. Os 10 desfiles que foram verdadeiros delírios coletivo
  8. As 10 imagens mais marcantes do carnaval carioca na década
Além dos textos, o #PodcastDoCarnavalize também retornou trazendo os bastidores de cada um desses TOP 10, aprofundando as discussões e escolhas de cada um dos panoramas. Os membros do Carnavalize, de quarentena, reviram vários desfiles e votaram pelos 10 destaques de sambas, desfiles, comissões de frente, personalidade… É óbvio que não faltou debate! Confira na sua plataforma agregadora de podcast favorita, clicando aqui

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